7 de mai. de 2012

GREVE: UMA NOVA REFLEXÃO


Da professora Joice, via comentário no blog:
"Nem sei se os professores lerão tudo isso, pois a maioria dos professores hoje sequer lê bula de remédio, porém, arriscarei o escrito. Prevenindo os ataques a que provavelmente sofrerei, antes de tudo, quero aqui dizer que não sou partidária, não tenho cargo comissionado e não estou aqui para defender o governo, sou professora e inclusive participei da greve do ano passado. Infelizmente, verdade seja dita, a grande maioria do professorado perdeu a confiança no SINTE. Ouço aqui e ali os seguintes comentários "ano passado a greve foi vendida", "estão misturando questões partidárias e os professores ficam no meio do fogo cruzado". Muitos dizem que o ano letivo não deveria nem ter começado. Ah, podem alegar alguns, “voltamos em "estado de greve"”, "confiamos que o governo iria cumprir o prometido". Isso soa a ingenuidade. Acredito que o momento não seja propício para uma greve. Penso que a mudança deve acontecer daqui a exatamente 5 meses, ocasião das eleições municipais, ou seja, deixando de eleger candidatos dos partidos que foram “contra” educação. Mas será que isso ocorrerá? Ou veremos os próprios professores elegendo aqueles que foram por eles mesmos acusados de "inimigos da educação"? Sou a favor da valorização do magistério sim, mas, convenhamos, há professores ganhando muito mais do que merecem por aquilo que fazem. Dê uma pensadinha: você professor, quando entrega o "planejamento anual" só muda o ano e devolve praticamente o mesmo, considerando planejamento um mero papel burocrático? Você fica feliz da vida quando se perde mais tempo nas reuniões de começo de ano discutindo emendas de calendário do que aspectos relacionados ao aprendizado dos alunos? Você considera que estudar teorias de educação é "encher linguiça"? Você não sabe qual é a teoria pedagógica que pauta sua prática professor? Você se dispõe a participar de cursos, mesmo os grátis, em finais de semana sacrificando momentos de seu descanso em prol de sua formação continuada? Você considera os alunos um “fardo”? Se você respondeu sim ao menos a uma dessas perguntas, por favor, reveja seu modo de agir. Numa empresa privada, para pedir aumento, primeiro o funcionário precisa "mostrar a que veio", no serviço público é o contrário: primeiro exige-se, para depois mostrar serviço (coisa que geralmente não ocorre). Perdão por este meu desabafo. Sou professora e amo minha profissão, mas acredito que os caminhos para a valorização de nossa classe passam por outras questões bem mais complexas. A começar pela formação docente. Basta dar uma revisada nos comentários escritos aqui no blog. Quantos erros primários de escrita! Darei a estes mestres a dica que me foi dada por meus verdadeiros mestres de infância: leiam, escrevam! Só se aprende a escrever bem se nos alimentarmos com leituras. Mas falo aqui de leituras de nossa área, não de revistinhas de R$1,99 que só comentam fofocas sobre artistas. Vamos tirar da mesa dos professores os livrinhos de Natura e Avon e colocar sobre elas os documentos curriculares (PCN’s, Propostas Curriculares). Aliás professor, você já leu alguma vez a Proposta Curricular de Santa Catarina? “Ah, mas estes documentos impostos fogem da realidade de sala de aula”, podem alegar alguns. Tudo bem, mas, mesmo para criticar professor, você precisa conhecer o objeto criticado, do contrário, fica caracterizada a crítica vazia, apenas a titulo de ataque.
Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Quem tiver olhos para ler, leia.Quem tiver cérebro para refletir, reflita."

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Um comentário:

carros modificados disse...

é lamentavel;nem mesmo os professores não comentaren nada;ou seria por medo de....
parabéns professora;que teve coragem.valeu pela tentativa.