24 de jun. de 2011

Carta ao governador

Circulando na internet esta carta enviada ao governador Raimundo Colombo:
“Excelentíssimo Sr. Governador Raimundo Colombo

Venho mui respeitosamente, por meio deste, tomar a liberdade de sugerir que Vossa Excelência possa ter o bom senso e a coragem de optar por NÃO DESTRUIR o que ainda sobra da Educação do estado. A população catarinense, incluindo seu eleitorado, tem conhecimento da real, triste e massacrante situação/problema que os professores do Estado de Santa Catarina estão vivendo, e estão do nosso lado. Sei que o Excelentíssimo Sr. Governador tem o bom senso, o discernimento e o bom caráter que são próprios de seu cargo para avaliar os estragos e descasos que a Educação Catarinense está passando, o Senhor falou sobre isso em sua campanha. E sei também que, junto a isso, o Senhor tem o dever de cumprir a Lei Federal 11.738, respeitando o Plano de Carreira (Arts 206 e 28 das Constituições Federal e Estadual respectivamente). Dever este que já não é somente para com os Servidores da Educação do Estado, esse dever é para com toda a sociedade Catarinense que ainda acredita que o Sr. Governador irá cumprir suas promessas de campanha priorizando não somente a educação, como a saúde e a segurança. Mas ainda acredita porque tem fé e não porque o Senhor mostrou. Seu mandato ainda é curto, mas as pessoas já estão descrentes. Não vale a pena decepcionar seu eleitorado assim, logo no início. Diante de uma resposta positiva a causa do Magistério, mudando o cenário da Educação Catarinense, o Sr. Governador poderá ter seu eleitorado de volta. Só depende do Senhor.

Como Vossa Excelência pôde observar anteriormente, a aplicação do Piso Nacional e o respeito ao Plano de Carreira são Leis. Como representante do nosso querido povo catarinense, o Excelentíssimo Sr. Governador tem o dever de dar o exemplo, cumprindo a Lei ou mostrando a toda a sociedade catarinense todos os dados e números reais que o impedem de cumprir a Lei. Diante de tantas denúncias, tantos relatos e tantos pedidos desesperados de pais, professores e alunos, o Governador já conhece um pouco da realidade da Educação Catarinense. Com tantas simulações nas folhas de pagamento, também já conhece a realidade financeira de seus professores. Agora nós queremos e precisamos conhecer a realidade financeira do Estado, “tim-tim por tim-tim”.. Assim, ambos os lados conhecendo ambas as realidades, as negociações podem ficar mais claras e mais calmas. O que o Senhor acha? Quem sabe um prazo maior para o cumprimento integral da Lei? Os professores negociam prazos sim, porém sem que altere a tabela proposta pelo MEC e sem que nos retire ou diminua benefícios já conquistados com muita luta, pois esta é a Lei. Não se negocia o inegociável.

Por fim, tomo também a liberdade de lembrá-lo que nós o colocamos aí, em seu cargo, e somos aproximadamente 65 mil professores em Santa Catarina, sem contar muitos de outras categorias que estão solidários a nosso movimento e conhecem a real situação/problema que estamos enfrentando. São muitas simpatias/antipatias que Vossa Excelência pode ganhar ou perder, dependendo de sua posição. Cabe-me ainda esclarecer que não só o futuro da Educação pode estar em suas mãos, mas o futuro de toda uma nova geração que não mais confiará em seus governantes. Dependendo de sua posição, a greve poderá continuar por longo tempo e, assim, serão milhares de crianças sem aulas, de pais desesperados sem ter onde deixar suas crianças, de professores decepcionados sem saber como será seu futuro com um salário tão ínfimo e vergonhoso (salário este que, por Lei, já deveria ter melhorado há muito tempo), entre tantos outros problemas. Tenho a honra de encaminhar meu sincero pedido: que Vossa Excelência, tenha a consciência de nos trazer um pouco de conforto cumprindo a Lei, para que não percamos o pouco de dignidade que ainda nos resta. Não queremos ouvir falar em “teto”, pois há muito estamos ao relento, dormindo sem um pingo de dignidade, sentindo frio até mesmo nas noites de verão, pois um gélido desrespeito e uma nevasca de desvalorização sempre estiveram presentes. Peço, com todo respeito, para que o Excelentíssimo Sr. Governador cumpra a Lei respeitando o Plano de Carreira. Professores de volta a sala de aula, só depende do Senhor.

Depositei confiança em Vossa Excelência ao votar no Senhor. E o respeitei colocando-o aí. Por isso, tomo a liberdade de pedir para que honre seu cargo, respeite-me também e cumpra a Lei.

“No final, nossa sociedade será definida não somente pelo que criamos, mas pelo que nos recusamos a destruir. A escolha é sua!” (John Sowhillthe).
Aguardo resposta, obrigada!
Analu Burigo Haushahn, Assistente Técnico Pedagógico – E.E. B. Simão José Hess.”

(fonte: http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/?topo=67,2,18,,,67 )

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